segunda-feira, 2 de abril de 2012

"Compra e venda de poder".

No dia 17/06/2011, um helicóptero cai no litoral da Bahia, entre uma das vítimas estava a namorada do filho do governador do Rio de Janeiro, e junto ao acidente, desaba uma enxurrada de denúncias de envolvimento de Sergio Cabral com empreiteiros e empresários, corrupção e viagens, tudo regado a favorecimento pessoal e enriquecimento ilícito de todos os envolvidos.

O governador iria para a comemoração do aniversário de Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, empresa do Recife que ganhou impulso, no Rio, no governo Anthony Garotinho e que hoje, ocupa posição de destaque na execução orçamentária de Cabral. Apenas com as grandes concentração de obras, as cifras se agigantam: o DER empenhou em favor da empresa, no ano passado, R$ 40,1 milhões, e a Secretaria estadual de Obras, R$ 67,9 milhões. Os dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do estado (Siafem) apontam que os contratos chegam a R$ 1 bilhão.

No texto que escrevi em 24 de junho de 2011, usei as declarações de Cavendish, sobre a compra de influência nos três poderes, e até hoje o governador Sérgio Cabral não conseguiu explicar suas ligações pessoais com o empresário. Os contratos milionários continuam ativos e novos acordos são efetivados.
Naquela época, escrevi que segundo a revista Veja, Cavendish, em reunião com sócios em 2009, teria dito que, "com alguns milhões, era possível comprar um senador". Agora sabemos um pouco mais. O círculo de amizades é importante para que 'esses negócios' sejam efetuados.
Gravações da Polícia Federal (divulgadas em março de 2012), mostram que o empresário-bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, pediu que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) se esforçasse para impedir a convocação do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, para depor numa comissão da Câmara, em maio do ano passado.

Sabe-se que Cachoeira era “dono” da segurança pública em Goiás e nomeava apadrinhados na Secretaria de Indústria e Comércio. Aos poucos, começam a vazar também os grampos que comprovam seu envolvimento com o poder. Além de 'comandar' Governadores, Senadores, Deputados e empresários, Cachoeira atua também nos setores farmacêutico, de advocacia, de construção, de segurança e de comunicação.

O Senador Demóstenes Torres, por exemplo, tratava Cachoeira como “professor”. Uma nova gravação mostra o bicheiro falando com o delegado Fernando Byron da Polícia Federal, que, na verdade atuava como seu informante sobre possíveis ações contra a Delta de Fernando Cavendish.
Promotores envolvidos na Operação Monte Carlo suspeitam de que Cachoeira era uma espécie de sócio informal da Delta. A empresa de Fernando Cavendish, desembarcou no Cerrado em 2006. Naquele ano, faturou R$ 5,5 milhões no estado. Hoje, os contratos somam R$ 276 milhões e também abrangem diversas prefeituras.

Em nota, a construtora Delta informou que as “áreas de relacionamento institucional da empresa e o presidente do Conselho de Administração do Grupo Delta, Fernando Cavendish, desconhecem o teor, a motivação e a natureza do diálogo”.

O que estamos acompanhando através dos grampos da Polícia Federal, são os tentáculos do "comércio" que está em todos os lados.
Governadores, Senadores e Deputados, prestam favores, fazem negócios (legais e ilegais), recebem bônus, presentes e mimos de empresários dando a ele o PODER.
Carlos Cachoeira, que está preso por explorar ilegalmente jogos de azar, é defendido pelo advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça de Lula.

http://www.marizieh.blogspot.com.br/2011/06/cavendish-diz-com-alguns-milhoes-era.html

Eu continuo com minhas perguntas:
Até quando os corruptos continuarão administrando nosso país?
Até quando seremos surpreendidos com a 'máfia' no poder público?
Quantos mais continuarão enriquecendo?
Quanto custa a dignidade?