sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"Quem cuida do Quintal?"

Desabamento de um prédio de três andares e duas casas na Cidade Nova, região Central do Rio, na manhã de sábado 30/10/2010. Morreram 5 pessoas e 13 ficaram feridas e 33 famílias desabrigadas. Dias depois, a Defesa Civil voltou à Rua Laura de Araújo para vistoriar prédios vizinhos ao que caiu.


Recentemente um amigo postou um comentário na página do prefeito Eduardo Paes onde relatava a situação precária do entorno da Prefeitura do Rio.
Dia 02/02/2011, estive na Prefeitura e decidi ir ver pessoalmente. O que encontrei foi vergonhoso e registrei algumas fotos com o celular.
Os escombros do prédio que desabou a mais de três meses, continuam lá. Os bloqueios colocados pela prefeitura não são suficientes para impedir o acesso. O mau cheiro e o lixo que se espalha no local não deixa dúvidas que moradores de rua, usam o espaço para diversas atividades, tomam banho, fazem suas necessidades fisiológicas e usam drogas.


Moradores não gostam de falar, mas é só olhar para ver que as residências mais próximas ao desabamento, apresentam rachaduras e o aspecto é estranho, parecem abandonadas. Na época, alguns prédios foram interditados pela Defesa Civil, mas continuam habitados, simplesmente porque as famílias não tem para onde ir.
Os vazamentos de água, visíveis por todos os lados denunciam que a Nova CEDAE, assim como a velha CEDAE, não visita o lugar a décadas. O esgoto escorre pela rua, e calçada, deixando no local, além do mau cheiro, a grande propensão às doenças.


O acúmulo de lixo está em todos os lados e o que se vê, não deixa dúvidas que o serviço de coleta domiciliar não acontece com a frequência necessária e que os funcionários da COMLURB, também não fazem a limpeza externa. Sacos plásticos, copos e garrafas acumulam água e servem de viveiro para larvas de mosquito.


Além do vai e vem dos moradores, a única presença de serviço público era um grupo da CEG que fazia reparos na tubulação. Estavam trabalhando em meio ao mau cheiro, lixo e ratos que saiam dos buracos. Em conversas, um dos funcionários relatou que os vazamentos de gás, são decorrentes das infiltrações de água e esgoto no solo, que provocam a corrozão das tubulações, afetando o sistema, e claro criando um novo perigo.
Pobreza, sujeira e abandono. Mesmo com o sol forte, o ambiente é triste e a sensação que provoca é de mau estar.
O que espanta é que a Rua Laura de Araújo fica localizada numa das saídas da estação Praça XI do Metrô Carioca, próximo ao Sambódromo, palco do grande show do Carnaval e podemos até dizer que é praticamente ao lado do CASS, a Sede Administrativa da Prefeitura do Rio de Janeiro.

Se o prefeito não cuida do próprio quintal... o que dizer do restante da cidade?