segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

"Juntos Somos Fortes" ou "Somos Todos Cidadãos"

Quem entra na luta do Juntos Somos Fortes, e que pretenda discutir segurança pública no Brasil, quase sempre é contestado sobre as questões de ilegalidade, política, desmilitarização...

Durante muito tempo, a população brasileira fez coro contra a atuação opressiva de nossa força policial, aprendemos a ver policiais civis e militares como inimigos.
A polícia, sempre foi o braço forte do estado, sempre foi usada por governantes no intuito de reprimir qualquer ato contra aos seus interesses políticos.
Militares, são adestrados para receber e cumprir ordens, ou, como dizem... "Militar de mérito é aquele que não pensa". "Um bom militar obedece ordens sem nunca ponderar". "Ordem dada, ordem cumprida".

"A polícia foi criada no Brasil com a chegada da Família Real, em 1808, e sua atribuição se resumia a desenvolver um trabalho de repressão criminal contra determinados segmentos da sociedade – escravos, pretos livres e “vadios” – que violavam as regras de comportamento estabelecidas pela elite política que criou a polícia e dirigia a sua ação. A polícia, na grande parte da sua história, prestou serviços às classes dominantes economicamente, a governos e a regimes políticos".

E assim, a elite brasileira sempre se beneficiou da falta de autonomia da nossa polícia...
_"Você sabe com quem está falando?"
Dentro do contexto hierárquico, poder aquisitivo também tem muito peso. E, uma palavra ou uma matéria nos meios de comunicação, podem mudar em muito a rotina de um soldado ou de um quartel.
Ao mesmo tempo, a sociedade clamou por uma força policial atuante e pensante, que respeitasse os direitos individuais previstos na Constituição Federal.
Mas, como ter um militar pensante e que ao mesmo tempo respeite a hierarquia?
Como "adestrar" uma força militar com consciência social, se o mesmo não é aplicado nos quartéis, batalhões ou brigadas?
Dentro dos quartéis existe um 'apartheid', existe divisão até mesmo na hora das refeições, soldados e cabos comem sua 'ração' no rancho, enquanto oficiais se alimentam em salões que mais se parecem com restaurantes dentro da OM.

Com as crescentes manifestações grevistas, pela primeira vez em nossa história, temos a possibilidade de discutir segurança pública. Não a discussão promovida por especialistas oriundos da Universidade Harvard ou de Sorbonne University.

Estamos buscando uma nova era em nossa sociedade, onde os debate por melhorias e direitos, são conduzidos por quem realmente faz, e todo aquele que usufrui de tais serviços. Somos todos responsáveis, participantes e atuantes.
Em pauta, as reivindicações vão além de melhores salários, são exigidas condições de exercer sua profissão de forma mais digna.

Aplaudo a greve da segurança pública no Rio de Janeiro, porque dá mostras que estão buscando o livre pensar.

Cidadania é a tomada de consciência do seu papel na sociedade. Todas as categoria buscam a reestruturação da profissão, e quem sabe, todos nós conquistemos algo de bom.

O que pretendo neste texto é compartilhar a certeza que os militares em geral, são adestrados para cumprir ordens.
Partimos então, para um tema muito mais importante: Cidadania.
Quando o país não investe com seriedade nas bases como a família, saúde, segurança, moradia, etc, aí vemos os 'cães' do governo como inimigos diretos.